Minha avó me contou que nos tempos da bisavó dela, na Itália, um objeto chamado de peritiera era peça obrigatória do enxoval. Ambos, marido e esposa, tinham que usar o referido objeto. Pelo que entendi, tratava-se de um pequeno gasoduto onde, digamos assim o "furo direcional" seria o ânus e a parte final ficava debaixo da cama. Nunca entendi como funcionava, mas
fiquei imaginando a cena: o casal preparando-se para dormir, veste as camisolas e antes de se deitarem enfiam o pequeno (imagino que fosse pequeno) bocal no fiofó e se deitam ajustando a mangueira para debaixo da cama. Assim, poderiam ser acometidos por intensos gases durante a noite que o parceiro não perceberia nada. Naquela época soltar um singelo punzinho na
frente do parceiro era muito desmoralizante.
As perguntas que minha avó nunca conseguiu me responder foram:
1 - Como eles faziam para mudar de posição? Pelo jeito tinham que dormir sempre de costas para o lado de fora da cama.
2 - Mesmo os gases indo pra debaixo da cama, isso não resolveria o problema do cheiro. Como resolviam esse problema?
Imaginei duas soluções. Uma seria deixar o cachorro dormir no quarto, assim o pobre coitado seria sempre o culpado. E dois, talvez essas engenhocas já viessem com filtro de odores.
3 - Ao acordar, o que faziam com o apetrecho? Cada um lavava o seu ou a esposa lavava os dois?
4 - Com que material era feito o bocal? Certamente era feito com algum metal, mas e se a pessoa tivesse alergia a esse metal? Ficaria com o brioco em chamas?
Não sei se tudo isso é verdade. Minha avó jurava que era verdade e que até tinha visto a famosa peritiera "in situ". Eu preferiria soltar um punzinho de vez em quando do que dormir com uma geringonça enfiada no c*.
[15 de abril de 2008]
Ontem assuntei com minha mãe sobre a peritiera. Queria mais detalhes.
Ela repetiu tudo o que contei pra vocês e ainda me lembrou de outro fato. A sogra da minha tia, irmã dela, era baronesa. Chamava-se Baronesa Budeta. Tão metida a besta que dava vontade de esbofetea-la toda vez que abria a boca.
Eu ficava pensando com meus botões que preferia ser uma titica qualquer do que ser baronesa tendo um nome desse.
Bem, La Budeta afirmava, toda orgulhosa, que na familia dela todos usavam peritiera. Explicava que era um hábito da aristocrácia e quando havia um casamento as familias dos noivos se esmeravam na qualidade da peritiera do futuro casal, pois isso era sinal de status. A "pobraiada" também usava, mas pouco. Era coisa de gente fresca. Só podia ser.
Segundo ela, o diferencial estava no bocal, que deveria ser de ouro e quanto mais trabalhado melhor. Vai ver até esculpiam o brasão da familia (isso é por minha conta). No bocal ficava um pequeno recipiente onde era colocada uma essência que era liberada quando ocorria a flatulência e, obviamente, servia para camuflar seu odor real. Muito chique!
Poderiam ter colocado um apitinho que quando saisse o "ventinho" tocasse...sei lá...uma valsa ou um minueto.
[16 de abril de 2008]
domingo, 20 de abril de 2008
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Um comentário:
Será que os arrotos eram permitidos aos conjuges?
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