sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Ovo da Baleia

Era 1991.
Véspera de ECO 92. O movimento ambientalista fervilhava.
Eventos de todos os tipos aconteciam por todos os lados. Muito papo furado também.

Eu cursava especialização em Engenharia Ambiental. Esse curso era um marco por ser o primeiro do genero no RJ e por ser coordenado pelo Haroldo de Mattos. Haroldo era o representante do Brasil no PNUD e depois PNUMA, lá em Nairóbi, entre outras coisas. Chique pacas.

No dia da aula inaugural Haroldo armou o maior evento. Colocou os 60 alunos do curso num auditório legal, mandou todos irmos bem vestidos (inclusive os PTelhos), organizou um baita coquetel. Todos os professores presentes, alguns convidados, etc...

O convidado especial que daria a aula era o Secretário de Meio Ambiente do Estado do RIo de Janeiro.
Apresentações, rasgação de seda, você é o maior, quanta honra estar aqui, palmas e mais palmas.
O tema foi, obviamente, a despoluição da Baía de Guanabara, que naquela época ainda se tinha a ilusão que iria acontecer.

E começa a aula. Blá, blá blá e sujeito solta a primeira grande pérola do dia:

-A Baía de Guanabara é extremamente importante pois, entre outras coisas, é o local onde o Rio Paraíba do Sul desagua.

Os alunos se olharam uns aos outros, Haroldão empalideceu um pouco e deu uma leve afundada na cadeira.

E o ilmo., não satisfeito, continuou:

-Outra grande importancia da Baía de Guanabara é que, em outros tempos, era local de desova das baleias.
-No século passado várias espécies de baleias vinham desovar na baía por ser sua rota de migração.

CARALHO!!! pensei eu!! As baleias podiam fazer tudo na Baía de Guanabara menos BOTAR OVO!!!

Silêncio total na sala. Haroldo tinha totalmente afundado na cadeira e
estava com palidez cadavérica. Com o prosseguimento da palestra e como ninguém se manifestou, Haroldo foi recobrando a cor, até que o ilmo abriu para as perguntas. Ai deu-se o estrago.

Um aluno chamado Amaral, que trabalhava em Furnas, fez a seguinte
consideração:

-Sr. Fulano, quero lhe agradecer pela magnífica palestra e por ter-me
aberto muito os horizontes. Agora realmente entendo a importancia da Baia e seu Projeto de despoluição. Espero que a Baia seja totalmente despoluida o mais rápido possível e que as baleias voltem logo a desovar nela, só assim podemos fazer omeletes de ovos de baleias que certamente, pelo tamanho acabarão com a fome de muita gente.

Ai não deu pra segurar
QUAQUAQUAQUAQUAQUA!!!

O coquetel terminou sem maiores incidentes.

No dia seguinte, primeiro dia de aula normal, é claro que o assunto era como poderiam ser feitos os omeletes de ovos de baleia e por ai vai.

Esse assunto foi de tamanha importância para a turma que a integração dos alunos foi imediata e logo foi criada a Fundação Ovo da Baleia, uma
instituição tipo ONG Tabajara.

Com o tempo A Fundação Ovo da Baleia passou a atuar em diferentes campos: primeiro a promoção de eventos sócio-etilico culturais, visitas e excursões diversas e brigas de todos os tipos com a direção do curso.

Os eventos sócio-etilico culturais incluíam churrascos mensais, chopp
semanal no Bar do Luiz, festas a fantasia, dia das bruxas, bagunças
variadas, gafieira, boites, enfim tudo que inclui farra. Foram consumidos litros e litros de cerveja sob patrocínio do Ovo da Baleia.

O curso não previa trabalho de campo e excursões, o que era uma grande falha. Um curso desses não pode ser feito sem levar seus alunos para ver na prática o que ensinam na sala de aula. Para suprir essa enorme deficiência, a Fundação Ovo da Baleia conseguiu realizar um grande número de excursões e visitas. Chegávamos nos locais e éramos recebidos não como alunos de um curso de especialização da UFRJ, mas sim como os integrantes da Fundação Ovo da Baleia. Visitamos a Usina Nuclear de Angra dos Reis, a Bayer, uma mineradora, a usina de Ribeirão das Lajes, a Texaco, a Shell, a refinaria de Duque de Caxias (Reduc), só pra citar as que eu me lembro. Isso tudo sem que a direção do curso ajudasse em absolutamente nada.

Por fim, pra desespero do Haroldo, a Fundação Ovo da Baleia assumiu para si todas as brigas e reivindicações dos alunos. Conseguiu que o local da sala de aula fosse mudado, que as mensalidades fossem congeladas, que os banheiros fossem limpos antes das aulas começarem e que alguns professores muito ruins fossem trocados. Conseguiu inclusive que as excursões feitas fossem contabilizadas como atividade oficial do curso. O curso durava o ano todo, mas depois dos primeiros 4 meses o coordenador geral (Haroldo) e o vice-coordenador (Kassim) não mais apareciam por lá. Sabiam que iam levar chumbo grosso.

Para fazer a integração geral e levar a informação a todos, a Fundação editava a Gazeta do Ovo, jornal diário que trazia as noticias e divulgação dos eventos e a Ovo da Baleia Gossips, revista lustrada mensal trazendo todas as fofocas, segredos e baixarias sortidas. Tinha também o Omeletão Diário, publicação semanal ao estilo Casseta e Planeta. (reparem: a publicação era semanal, apesar do nome)

Lá pelo final do ano, nossa Fundação estava tão famosa, e a burrice do "Emérito Energúmeno" tão comentada e difundida que nas palestras e eventos e íamos ouvíamos pessoas desconhecidas contando nossa história.

Tenho o maior orgulho de ter sido sócia fundadora da Fundação do Ovo da Baleia e redatora de suas publicações. Além de ter participado de todos seus
eventos.

[25 de abril de 2008]

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Testiculite

Testiculite não chega a ser uma doença é um estado exacerbado de sua própria natureza. Todo o homem tem testiculite, sem exceção.
Trata-se de uma característica que, como o próprio nome diz, é regida pelos testículos e se expande por todo o corpo e contamina o espírito.
Quando está em sua forma branda faz os homens terem certos comportamentos, tais como: fazer xixi na rua, coçam o saco em publico (muitas vezes é pura exibição), cospem no chão, arrotam alto (fazem até campeonato de arroto), entre outras coisas facilmente identificáveis. Na forma aguda, além de todos os sintomas descritos na forma branda, soma-se uma inacreditável ranhetice e mau humor que leva os homens a demonstrações de fúria (a maioria das vezes totalmente desnecessária). Isso se deve a liberação de uma enzima chamada Transtesticulonidase, que faz com que eles tenham alucinações que os leva a pensar que são os verdadeiros e únicos machos Alfa dominantes e, por isso, acreditam que podem gritar mais alto, dar ordens, armar barracos, tomar decisões arbitrárias, fechar embaixadas e etc...
A testiculite não tem cura. Para melhorar a fase aguda cientistas do International Scrotum Research Institute recomendam que o pobre coitado siga as seguintes recomendações:
Pegar uma bacia rasa e enchê-la de gelo.
Cobrir a bacia com um pano fino, tipo lenço ou guardanapo.
Sentar em cima da bacia de forma que a bolsa escrotal fique em contato com o gelo.
Permanecer sentado no gelo pelo menos por 1 hora
Dosagem: 2 vezes ao dia durante 45 dias.
Espera-se que isso refresque as idéias do acometido.

[14 de abril de 2008]

Relatividade Eupígea

Destruição de matéria com exponencial aumento de massa conforme se aproxima do evento central.
À menos que um cu seja seguidor obediente da mecânica quântica...
Será que poderia se considerar isso?
A bunda, um horizonte de eventos e o cuzinho, um buraco onde para onde tudo é sugado, destruindo tudo e com grande atração gravitacional?
Aí o tempo pareceria congelar para quem observasse a pica entrando, como que imóvel, mas ela sendo destruída, despedaçada, adelgaçada e pulverizada pelo cu assassino sorvedor ?

[23 de abril de 2008]

terça-feira, 22 de abril de 2008

Fábula da Perereca

Numa mata, com uma chuva fina uma perereca preparava- se para comer uma mosca, quando um macho, que observava a cena, disse:
- Perereca, não coma já a mosca! Espere que a abelha a coma, depois tu comes a abelha. Ficarás melhor alimentada.
A perereca assim fez e, efetivamente, passados alguns segundos, veio a abelha que comeu a mosca.
A perereca preparou-se, então, para comer a abelha, mas o macho interrompeu novamente:
- Perereca, não comas a abelha! Ela vai ficar presa na teia da aranha e a aranha vai comê-la, então tu comes a aranha e ficarás melhor alimentada.
A perereca de novo esperou. A abelha levantou vôo, caiu na teia da aranha, veio a aranha e comeu-a.
A perereca preparou-se para saltar sobre a aranha, mas de novo o macho falou:
- Perereca, não sejas precipitada! Há de vir o pássaro para comer aranha, que comeu a abelha, que comeu a mosca. Comerás o pássaro e ficarás melhor alimentada.
A perereca, reconhecendo os bons conselhos do macho, aguardou.
Logo depois, chegou o pássaro. Entretanto, começou a chover mais forte e a perereca, ao atirar-se sobre o pássaro, escorregou e caiu numa poça d'água.
Neste momento, uma cobra que passava por ali, engoliu a perereca e sumiu mata a dentro.

MORAL DA HISTÓRIA:
Quanto mais durarem as preliminares, mais molhada ficará a perereca... Porém, cuidado! Se não comer, vem outro e come!
AGORA, SE SEU NEGÓCIO FOR OUTRO, PODE ENGOLIR A COBRA.

[21 de abril de 2008]

domingo, 20 de abril de 2008

A Nau das Vagabundas

Enquanto um colega programa um livro sério e de acordo com seu perfil, sobre os idos tempos escolares, euzinho, o Poeta do Absurdo e da Lascívia, Senhos das Infâmias e Lorde das Indecências, nada mais poderia imaginar, no quixotesto alter-ego que delineei na farsa desafiante de conhecer meu real eu, que o encanto das promessas falsas do conhecimento pretenso de todas as supostas inconsequências verborreicas e graforrágicas apresentadas. Assim, eis que se me delineou a obra, máxima do abjeto prazer incontido no sublimar de nossas mentes, que cínicas, renegam o que todos pensam, a amoralidade que pontua nossos recantos mentais mais indignos, portanto, sinceros.
Torna-se mister dessa obra e sua confecção uma síntese da trama, com enredo ambientado e com fortes cenas de despudor e descabido deboche do que somos e da realidade em que vivemos.
Somos, nós, os verdadeiros personagens dessa obra, tão real, pois somos nós mesmos aqueles que riem da desgraça social e econômica que elegemos e sustentamos.
Recuperando o tempo não perdido, mas desviado, eis-me cá no apelo de suas imaginações. Pensem, sem medo de federem, o que podem contribuir.
Essa abóbora é mais que uma excepta capivarolesca, mas uma apoteose do que somos.
Assim, em paralelo ao que está sendo feito, estamos esboçando as primeiras linhas de uma obra-prima da sátira, da farsa, um folhetim moderno mas que atemporal, sempre retratou a tragicomédia brasileira.
Um estilo mais que próprio e pessoal, uma soma, uma mistura, o balanceamento de nós, de uma lista de discussão, que mais que a soma das partes, gera um todo que ultrapassa o mero valor de suas parcelas, quando encarado de frente o resultado deste obscuro resultado.
Vamos em frente. Estamos aqui para ser o que somos, sem medo de sermos felizes.
E, como diria uma grande amigo, “estamos aqui para o que der e vier, dando principal ênfase a quem vier e der”.

[12 de abril de 2008]

Regulamentaram as Navegantes?

Contando ninguém acredita!!!!!!!!
Existe um site do governo brasileiro que ensina como ser prostituta ?!?!?!?
Governo coloca em link oficial cartilha de como tornar-se prostituta.
Acredite se quiser, mas está no site oficial do Ministério do Trabalho.
Em sua página electrónica é possível encontrar uma bem detalhada cartilha que ensina, a quem quiser, o ofício de prostituta. Dentre tantas informações que constam da cartilha, técnicas de abordagem de clientes e roupas adequadas para a profissão estão entre as mais interessantes.
Assim, resta concluir, de uma vez por todas, que o governo Lula é uma verdadeira zona.
Confiram:
http://www.mtecbo.gov.br/busca/competencias.asp?codigo=5198
Gente, não acreditei, fui ver - é um curso de como ser puta!
É... é a putaria oficial
Brasília definitivamente é um puteiro?
Lá se concentram todos os filhos delas, em cargos eleitos.
Talvez esse site ajude a se parirem mais políticos.
Preservação da espécie.

[13 de fevereiro de 2008]

Hino erótico ?

Nossa!
Fico pensando o que você não Imagina quando ouve o Hino Nacional...
O Brasil rolando em berço esplêndido, o colosso impávido, cercado por seios em liberdade, gabando-se de mais amores que os demais... para não falar, ai meu Deus, da clava forte!

[28 de janeiro de 2008]

Bethoven aos peidos

Falemos de tempos menos aborrecidos.
E mais o Monsieur Pujol, le Pétomane.

O Fabuloso Instrumento de Sopro de Monsieur Pujol
http://wc.take-a-coffee.com/taturanas/2006_06_01_soaborrecimento_archive.html

Você sempre ouviu falar na grande atriz Sarah Bernardt. Mas aposto a minha coleção do Zéfiro que pouco (ou nunca) ouviu falar em Joseph Pujol, certo? Por que será, já que ambos dividiram o sucesso e os palcos parisienses na mesma época? Mais intrigante ainda é saber que no auge de suas carreiras, lá pelo final do século XIX e começo do XX, enquanto Sarah faturava 8 mil francos por apresentação, Pujol embolsava 20 mil e lotava as melhores e maiores casas de espetáculos de Paris.
E olhe que, numa atuação, o esforço físico e intelectual da grande dama do teatro era infinitamente maior que o de Le Pétomane – o apodo artístico de Joseph Pujol (e você já vai entender porquê). Enquanto Sarah se esfalfava decorando, encenando e contracenando com grande elenco um texto como A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, Pujol, com sua indefectível gravata vermelha e culote preto de cetim, entrava em cena sozinho, curvava-se levemente (como na foto acima) diante da platéia atenta e, minimalista, executava La Marseillaise, o hino que convoca os cidadãos franceses à luta.
Injusto, não? Nem tanto, se considerarmos que o “instrumento” que Monsieur Pujol usava para as performances era o seu próprio orifício sedal.
Sim, você entendeu bem. Com seu exclusivo “instrumento de sopro”, o sujeito não só interpretava solos e escalas musicais pelo traseiro, como realizava uma série de imitações sonoras que ia de pássaros e outros animais, até o choro de um bebê ou o estrondoso tiro de um canhão (uma de suas obras máximas). Mas tudo com muito glamour e, é importante que se diga, nenhum odor – Pujol não expelia gases, mas o próprio ar que aspirava.
Nascido em Marselha em 1857, Joseph ainda era um menino quando manifestou seu extraordinário dom. Em uma excursão pela costa francesa, ao mergulhar no mar, descobriu que abrindo seus esfíncteres, era capaz de absorver grande quantidade de água. Assustado, correu para praia e, voilà! – diante de banhistas atônitos, expeliu o líquido a uma distância de vários metros. Aplausos.
Joseph gostou daquela aprovação pública e, já prestando o serviço militar, divertia a soldadesca com o número do “chafariz”. Até que sua popularidade chegou aos ouvidos do oficialato. Pois acredite, seus superiores, depois de esfregarem os olhos para poderem acreditar no que viam, foram os primeiros a valorizar suas habilidades artísticas (lembre-se de que estamos na maluca França fin-de-sècle). O jovem Pujol começou então a treinar seus intestinos de maneira contínua, passando boa parte do dia absorvendo e expelindo água, para deleite da tropa. Esta ginástica intestinal e a troca da água pelo ar seriam os segredos do êxito que o acompanharia por toda sua vida artística.
Ao sair do exército, Pujol foi trabalhar como padeiro durante o dia e, de noite, freqüentava os music halls de Marsselha, realizando aqui e ali pequenas exibições de comédia musical. Porém, seu exclusivo “espetáculo de sons e ventos” ficava restrito aos amigos de boemia. Foi a insistência desses amigos que o levou a aperfeiçoar o número e, finalmente, apresentá-lo ao público. Seus originalíssimos shows logo começaram a lotar os pequenos teatros de Marselha, levaram-no a Paris e, em pouco tempo, só um palco estaria a altura daquele estrondoso sucesso: o Mulin Rouge, a casa de espetáculos mais importante da Cidade Luz.
Com o teatro lotado, Pujol começava a apresentação explicando cada som: “Isto é o choro de uma criança” (ruído suave). Em seguida vinha o traque da noiva antes e depois da noite de núpcias (a diferença era notável), o pum de um monge, o de uma freira, o de um general e por aí afora. Quando o público já estava com o diafragma em frangalhos de tanto rir, vinham os números musicais. De uma simples e impecável escala tonal (do, ré, mi, etc.) passava a entoar melodias completas de canções como Frou-Frou ou Facination, e a imitar diversos instrumentos musicais. A flauta, por exemplo, era executada com a instalação – você pode imaginar onde – de um tubo de um metro e meio de extensão. Entre uma atração e outra, fumava um charuto pelas duas extremidades do seu corpo...simultaneamente! Seu ato final consistia em colocar uma vela a quatro metros de distância e apagá-la com um único sopro de seu traseiro. Era, ou não era, um fenômeno?
A platéia ia a tamanho delírio que Monsieur Vidler, diretor do Mulin Rouge, passou a distribuir enfermeiras uniformizadas pelo auditório a fim de atender aos desmaios e convulsões do público. Há de se desconfiar que o termo nonsense tenha surgido em uma dessas apresentações. Pujol, no entanto, sempre impecavelmente vestido, jamais perdia a expressão austera. O que tornava o espetáculo muito mais hilariante, claro.
Na volta de uma temporada pela Europa e norte da África, Pujol rompeu contrato com o Rouge e montou sua própria companhia, no Teatro Ponpideau. Ali, no final de uma de suas apresentações, foi abordado por um distinto senhor que, discretamente, passou-lhe uma moeda de ouro de 20 francos, agradeceu comovido por tanta diversão e sumiu-se. Curioso, Joseph foi perguntar a sua amiga Liane de Pougy – a cortesã mais badalada de Paris, na época – quem era o nobre e apressado cavalheiro. Liane, com o nonchalance de quem tudo sabe, disse tratar-se de ninguém menos que Leopoldo II, o rei da Bélgica, que viera incógnito a Paris testemunhar o talento do Pétomane. Sentiu o prestigio do cara? Pujol talvez tenha sido o primeiro artista a realizar o prodígio de misturar a noblesse francesa (aquela, avessa à vulgaridade) com os pintas-bravas do bas- found parisiense no mesmo espaço, unindo ambas as classes pelo riso.
Por 20 anos (de 1894 a 1914), Le Pétomane fez fama e fortuna por toda a Europa. Até que a I Grande Guerra entrou em cena e deixou o mundo bem menos divertido. Depois de perder três de seus nove filhos nas trincheiras do front, recolheu-se ao silêncio e foi viver como próspero confeiteiro em Toulouse, onde morreu aos 88 anos, em 1945.
Quando soube de seu falecimento, a Universidade de Sorbone ofereceu 25 mil francos aos seus herdeiros para obter o cadáver do artista e estudar o fenômeno aéreo de suas entranhas. Seu filho mais velho, porém, sem esconder o orgulho pelos dons naturais do pai, recusou: “Meu pai, no curso de sua longa vida deu de si o melhor. Certas coisas têm que ser tratadas com as devidas reverências”.
Assim, Monsieur Pujol, Le Pétomane, teve um funeral digno de um chefe de estado. Onde não faltaram estrondosos tiros de canhão e a execução de La Marseillaise.

[27 de janeiro de 2008]

Geografia Sensual

Nunca se esqueça do Marquês del Caraglio.
Caraglio fica perto de Turim, e tem um festival de artes todo maio.
E o 'Buraco da Raquel' que fica na distante e quase inexplorada Fernando de Noronha?
Nesse ninguém fala?
Peitos da Raquel!!!!!??? Buraco e Peitos???!?
Verdade, verdade... O Buraco de Raquel e os Peitos de Raquel. Tenho fotos. É. Ficam embaixo daquele pico em forma de... bem, pica. Sugestiva conjunção de acidentes da geografia...
Fernado de Noronha é afrodisíaco.

[16 de abril de 2008]

Adestrando Navegantes

Essas meninas d'A Nau das Vagabundas são terríveis. :D
Olha só o que eu recebi:
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Hahaha
Eu sei que ele não tem coragem de me encarar.
Por falar nisso, vocês viram o Fantástico ontem ?
Apareceu uma reportagem de uma fulana (acho que dos EUA) dizendo que os maridos devem ser adestrados como os cachorros. Se eles fizerem coisa feia não se deve brigar, mas ensinar a fazer coisas boas e quando conseguirem fazer ai faz-se carinho, diz-se que é um bom menino e dá uma guloseima. Tô brincando não.

[24 de março de 2008]
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Arf! Arf! Arf! Au! Au!

Estranhos Lugares

Mas tem homem que adora chulé. Li uma entrevista com o Miguel Paiva onde ele dizia que só se relaciona com mulheres que tem chulé. Suave, mas com chulé.

[17 de março de 2008]

E o suvaco ?
Tipo a garota sentada, sem mangas ou sem blusa.
O cara levanta um pouco o braço dela, vem por trás, em pé. Encaixa ali, no ôco da axila...
Aí aperta, de um lado o osso do braço, com as carnes macias, do outro, o reco-reco das costelas, com o fofo da lateral do peito.
O problema é depois tirar o cecê do pau.

[18 de março de 2008]

As Santas Galinhas

Às praticantes do arrière Vénus guardava-se o nome pejorativo, galinhas. Termo que, nos anos 50 e 60, só as designava, e mais nenhuma outra. O motivo, não sei.

Galinhas são comidas por trás. Só. O galo monta nelas, bicando o pescoço enquanto elas correm e cacarejam. Tem que se equilibrar meio caindo para trás e para baixo, para encostar cloaca com cloaca. (a de galo também é cloaca?) É muito rápido, e sobra pena para todo lado.
Serve como explicação?

Vamos deixar de lado peixes, moluscos, répteis e outros bichos que não nos trazem apelo sexual algum.
Fora a cobra, por motivos óbvios e diferentes (forma do corpo, não comportamento sexual), nós humanos na hora do sexo nos comparamos mesmo é com os mamiferos. Touro, garanhão, veado, leão, égua, cachorra, gatinha, coelho, barrão, jumento, cabra. Por aquela figura de linguagem que para variar esqueci, a parte pelo todo, corno, chifrudo. As palavras vão dos elogios às críticas, coitados dos bichos, e cobrem da aparência ao comportamento dos humanos.
Todos os mamíferos, ou melhor, todas as mamíferas dão de quatro, por trás, são montadas, como queiram. mas dão a frente. A vagina.
O ser humano é mais imaginativo. Dão de quatro e de frente, deitados, sentados, em pé e de joelhos, de lado, a mulher por cima ou por baixo, as cabeças apontando em todas as direções relativas - e em qualquer destas posições, em que pese certos malabarismos se fazerem necessários em algumas delas, podem oferecer qualquer um de seus buracos, mais alguns que não o são, já se falou aqui em seios e sovacos, mais não digo para não merecer ser chamada de, justamente, galinha, isto aqui já está parecendo post de Jorge Amado.
Ui!, disse D. Flor.
Então não pensei na posição. Pensei no buraco.
Galinha só tem UM a oferecer.
É claro que isto se aplica a qualquer ave, e aí acho que entra, sim, o fato de galinha ser esporrento. É o que chama a atenção. Então dizemos galinha em vez de quetzal ou grou-coroado, como dizemos que um homem forte é um touro, mesmo que formiga seja muito mais forte.
Ou talvez, forçando a barra, seja motivado mesmo pelo fato de uma galinha fazer tanto barulho por tão pouco, ali no meio do terreiro gritando ele está me comendo, o galo todo orgulhoso sou eu que mando aqui, e todos os outros bichos olhando com absoluto desprezo, e daí? grande coisa!, e alguns mais sacanas, eu faço melhor e mais demorado, e nem por isso...
Pensando bem, galinha é bicho muito sem graça, bobo e fedido, taquicárdico, dando aqueles vôos que nem fazem inveja. (Só é engraçado correndo e dando pulos com a cabeça pendurada, e aí não cacareja; e tem muita graça no molho pardo com quiabo e angu, ou ao catupiry com arroz soltinho, e aí tampouco cacareja).
Mas são boas mães, e são fiés. Como já disse, só há um galo no terreiro.

[19 de abril de 2008]

La Peritiera della Budeta

Minha avó me contou que nos tempos da bisavó dela, na Itália, um objeto chamado de peritiera era peça obrigatória do enxoval. Ambos, marido e esposa, tinham que usar o referido objeto. Pelo que entendi, tratava-se de um pequeno gasoduto onde, digamos assim o "furo direcional" seria o ânus e a parte final ficava debaixo da cama. Nunca entendi como funcionava, mas
fiquei imaginando a cena: o casal preparando-se para dormir, veste as camisolas e antes de se deitarem enfiam o pequeno (imagino que fosse pequeno) bocal no fiofó e se deitam ajustando a mangueira para debaixo da cama. Assim, poderiam ser acometidos por intensos gases durante a noite que o parceiro não perceberia nada. Naquela época soltar um singelo punzinho na
frente do parceiro era muito desmoralizante.
As perguntas que minha avó nunca conseguiu me responder foram:
1 - Como eles faziam para mudar de posição? Pelo jeito tinham que dormir sempre de costas para o lado de fora da cama.
2 - Mesmo os gases indo pra debaixo da cama, isso não resolveria o problema do cheiro. Como resolviam esse problema?
Imaginei duas soluções. Uma seria deixar o cachorro dormir no quarto, assim o pobre coitado seria sempre o culpado. E dois, talvez essas engenhocas já viessem com filtro de odores.
3 - Ao acordar, o que faziam com o apetrecho? Cada um lavava o seu ou a esposa lavava os dois?
4 - Com que material era feito o bocal? Certamente era feito com algum metal, mas e se a pessoa tivesse alergia a esse metal? Ficaria com o brioco em chamas?

Não sei se tudo isso é verdade. Minha avó jurava que era verdade e que até tinha visto a famosa peritiera "in situ". Eu preferiria soltar um punzinho de vez em quando do que dormir com uma geringonça enfiada no c*.

[15 de abril de 2008]

Ontem assuntei com minha mãe sobre a peritiera. Queria mais detalhes.
Ela repetiu tudo o que contei pra vocês e ainda me lembrou de outro fato. A sogra da minha tia, irmã dela, era baronesa. Chamava-se Baronesa Budeta. Tão metida a besta que dava vontade de esbofetea-la toda vez que abria a boca.
Eu ficava pensando com meus botões que preferia ser uma titica qualquer do que ser baronesa tendo um nome desse.

Bem, La Budeta afirmava, toda orgulhosa, que na familia dela todos usavam peritiera. Explicava que era um hábito da aristocrácia e quando havia um casamento as familias dos noivos se esmeravam na qualidade da peritiera do futuro casal, pois isso era sinal de status. A "pobraiada" também usava, mas pouco. Era coisa de gente fresca. Só podia ser.

Segundo ela, o diferencial estava no bocal, que deveria ser de ouro e quanto mais trabalhado melhor. Vai ver até esculpiam o brasão da familia (isso é por minha conta). No bocal ficava um pequeno recipiente onde era colocada uma essência que era liberada quando ocorria a flatulência e, obviamente, servia para camuflar seu odor real. Muito chique!

Poderiam ter colocado um apitinho que quando saisse o "ventinho" tocasse...sei lá...uma valsa ou um minueto.

[16 de abril de 2008]

sábado, 19 de abril de 2008

Lemmata (II)

Paedicabo ego uos, et irrumabo,
Aurelie...

(Catulo)

Lemmata (I)

Nihil humanum a me alieno puto.

(Terêncio)